segunda-feira, 23 de julho de 2007

Olhar... (Parte II)

"Isto é para ti que foste minha sem nunca o seres, ser etéreo que beijei nos meus sonhos, que tantas vezes acariciei sem nunca ter tocado, que em tantas ocasiões jurei ter ao meu lado. Foste turbilhão de paixões e frieza de cal. Foste o meu mundo mas dele nasceste. Foste aquilo que eu sempre desejei, que alcancei, mas nunca tive. Qual janela para o meu íntimo, provaste que existe um sexto sentido que, ao contrário dos outros cinco, não permite que interiorizemos o mundo exterior mas sim que exteriorizemos o nosso universo interior e que moldemos tudo o que se passa em nosso redor, com base nas nossas mais profundas convicções. Foste príncipio e fim, alfa e ómega, em suma, uma existência por mim criada e que nunca consegui percepcionar, até porque os sonhos também fogem da mente que os cria...Sei que há bocadinho de ti espalhados por todo o lado, esvoaçando ao sabor do vento.Para onde te leva ele? Só ele sabe...
Sabes que dói ver-te desvanecer como se fosses uma miragem. Tantas vezes olhei para ti e vi a essência da alegria no teu olhar. Talvez estivesse enganado, talvez o olhar não fale, porque sempre julguei que o teu olhar me dizia, sistematicamente, com sentimento,...
Ou então nos momentos em que só o olhar fala, vivemos numa ilusão..."

Daniel Lourinho de Campos - "quando só o olhar fala"

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