terça-feira, 18 de maio de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

Restolho

"geme o restolho triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário

geme o restolho preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade

geme o restolho a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar pra aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração"

Mafalda Veiga
"Restolho" - "Pássaros do Sul"

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Arriscar (II)

Tanto tempo depois volto a arriscar...

Arrisco muito mais que o que está perante os olhos dos outros.

Arristo a minha essência, os meus medos, os meus limites.


Um dia disse que a vida só valia a pena quando vivida por inteiro. Quando perdesemos o medo de arrscarmos, pois só aí sentiriamos o sabor da vida a correr nas nossas veias. Apenas aí, nos sentiriamos verdadeiramente vivos.

Hoje arrisquei, como tenho arriscado nos ultimos tempos. E a conclusão que tiro é que comecei a viver... Comecei a sentir o sangue correr-me nas veias, o ar a entrar nos pulmões, o coração como algo mais que uma máquina que bombeia.


Só gosto de ti...

Só gosto de ti, porquê não sei,
mas tou bem assim, e tu também...

(Herois do mar)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

FELIZ

Hoje sinto-me feliz... :)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

coincidencias

Margarida Rebelo Pinto diz que "não há coincidências" eu durante alfum tempo até acreditava nisso... hoje, tenho a certeza que coincidencias existem e muitas... o destino nao nos prega tantas partidas, se nao por mera coincidencia.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

De volta...

Depois de tanto tempo de ausência, senti hoje vontade de voltar a escrever, onde um dia escrevi o que me vinha na alma.

Não sei se ainda faz sentido ou se algum dia o fez, apenas sei que quero voltar. Quero voltar a escrever o que há vários meses não escrevo... Quero voltar a exteriorizar aquilo que por vezes pretendo esquecer.

Não sei o porquê, sem se voltarei por muito tempo. Nada é constante e definitivo, e tenho sido prova disso com as minhas presenças e ausencias constantes.

Ninguém se espantará se eu escrever várias vezes por semana, ou estiver meses sem ditilografar uma única linha... Apenas serei eu, tal como sempre fui...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Faz Parte

Trazes a vida nos braços
Pousas o mundo no chão
Largue os medos na estrada
E desmontas cada peça
De que é feito o coração

Deixas lá fora o cansaço
Desarmas a solidão
Brindas sonhos ao relento
Como quem junta os pedaços
Entre a loucura e a razão

Faz parte ser um pouco perdido
Faz parte começar outra vez
Faz parte ir atrás dos sentidos
E voar a sentir o mundo na ponta dos pés

Guardas a vida nos braços
Pousas os dias no chão
Brinda sonhos ao relento
Como quem junta os pedaços
De quem é feito o coração

Trazes o tempo desfeito
No que procuras em ti
Se olhares no fundo do peito
Saberás quem és
Mesmo até ao fim

Faz parte ser um pouco perdido
Faz parte começar outra vez
Faz parte ir atrás dos sentidos
E voar a sentir o mundo na ponta dos pés


"Faz Parte"
Mafalda Veiga, in "Chão"

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dificil...

É dificil ver-te assim e não poder fazer nada, não saber o que fazer, não permitires que ninguém faça nada.

É dificil olhar para ti e ver-te tentar convencer toda a gente que tudo está bem, que estás feliz, quando na realidade estás destruído, de rastos.

É dificil ver o quanto te tentas convencer a ti próprio que tudo está bem, que é este o caminho que queres seguir, e que mesmo que o caminho estivesse mal nada podias fazer.

Não sei se durante a caminhada foste tu que te perdeste num dos trilhos, se fui eu que deixei de te conseguir perceber.

Não sei se ainda te conheço, e sobretudo se ainda te conheces.

Já não falas... não sorris... 

Os teus olhos transparecem a tristeza da tua alma, enquanto os teus lábios proclamam a felicidade.

Não sei como agir, como alterar o rumo que traças a cada minuto que passa, e te resgatar de ti próprio quando tu queres manter a prisão.

Tentei e tento perceber, tentei e tento compreender o que está por trás dos teus silencios prolongados.

Tento, mas não sei se consigo, se sou capaz...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Transportes Públicos

"Já sei o que são transportes públicos! São experiências satánicas!"

Reflexão de um desconhecido no metro, de manhã.