quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Feliz...

Hoje posso dizer que me sinto e estou feliz...
Feliz por finalmente tar no 5º ano... último ano do curso!
Feliz por que finalmente as coisas começam a correr bem.
Feliz pelos meus amigos que estao felizes por todos os motivos...
Feliz por estar muito perto de estar com uma grande amiga de quem tenho muitas saudades...
Feliz por que a luz ao fundo do túnel começa a brilhar com mais intensidade!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Caloiros..

Hoje foi o belo do dia de praxe na FDL... Caloiros inocentes, felizes por terem entrada naquela tão ilustre casa. a Faculdade Direito de Lisboa...
Na realidade nao fazem ideia de onde se meteram, e o dia de praxe, apesar de poder ser considerado mau por alguns, é apenas um pequeno principio, uma brincadeira de meninos.
A verdadeira "praxe" ainda esté para vir, e com ela, vai-se a inocencia, alguns sonhos de meninos, e vem o cepticismo, a realidade de que nem tudo é assim tao bom na FDL, e vêm a FDL com os olhos de todos nós que lá andamos todos os dias...
Mantem-se, no entanto, um resto de sonho e esperança que nos impede de desistir e nos faz lutar com força e afinco... É essa restia de sonho e esperança que espero nao se perder nunca, em mim e em todos os que lá andam...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Melancolia

Hoje sinto-me mal e triste comigo... sinto-me a falhar comigo e com os outros, perdida em mim mesma...
Não sei o motivo de toda esta panóplia de sentimentos ( ou talvez saiba mas prefira fingir que nao) mas sinto um vazio que me sufoca...
Preciso de mar... Mar que me acalma, faz pensar e me traz paz de alma...
Preciso de ar e sentir-me voar, como um passaro que voa sem rumo, mas que nunca perde de vista o seu destino...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Economia

Nao sei se vai ser desta que vou fazer a cadeira - Economia Politica - tenho mesmo sérias dúvidas atendendo a que nao percebi nada daquele exame, mas descobri que a inflaçao é como o alcoolismo...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Lado (a lado)

Há gente que espera de olhar vazio
Na chuva, no frio, encostada ao mundo
A quem nada espanta
Nenhum gesto
Nem raiva ou protesto
Nem que o sol se vá perdendo lá ao fundo

Há restos de amor e de solidão
Na pele, no chão, na rua inquieta
Os dias são iguais já sem saudade
Nem vontade
Aprendendo a não querer mais do que o que resta

E a sonhar de olhos abertos
Nas paragens, nos desertos
A esperar de olhos fechados
Sem imagens de outros lados
A sonhar de olhos abertos
Sem viagens e regressos
Outro dia lado a lado

Há gente nas ruas que adormece
Que se esquece enquanto a noite vem
É gente que aprendeu que nada urge
Nada surge
Porque os dias são viagens de nínguém

A sonhar de olhos abertos
Nas paragens, nos desertos
A esperar de olhos fechados
Sem imagens de outros lados
A sonhar de olhos abertos
Sem viagens e regressos
A esperar de olhos fechados
Outro dia lado a lado
Aprende-se a calar a dor
A tremura, o rubor
O que sobra de paixão
Aprende-se a conter o gesto
A raiva, o protesto
E há um dia em que a alma
Nos rebenta nas mãos

"Lado a lado" Mafalda Veiga

domingo, 16 de setembro de 2007

SAUDADE

Saudade é solidao acompanhada,
É quando o amor ainda nao foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda nao passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É nao ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que nao existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Nao ter por quem sentir saudades,
Passar pela vida e nao viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

(Pablo Neruda)

sábado, 15 de setembro de 2007

Mar



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

(Súplica - Miguel Torga)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Amigos

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, trêmulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os."

(Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Museu do ouro - Viana do Castelo















Coleccionador exibe mais de 500 peças em ouro
Na Ourivesaria Freitas, em pleno centro histórico de Viana do Castelo, podem ser apreciadas cerca de 500 peças da colecção particular do proprietário do estabelecimento. Manuel Freitas, que garante ser o detentor da “maior colecção de ouro popular português”, está disponível para orientar visitas guiadas à exposição, que ficará patente ao público pelo menos até ao final deste mês.

Patrícia Sousa
“Em Viana não se trabalha o ouro. Mas Viana do Castelo é o tabuleiro e o traje à vianense é a montra onde todo esse património, essa identidade cultural passa fronteiras e leva à ribalta citadina e europeia a áurea da nossa joalharia, o ouro do Minho, o ouro de Viana”.
Peças em ouro com história e, sobretudo, com alma. Cada uma delas revela ‘segredos’ e transporta-nos a outros tempos, usos e costumes. São cerca de 500 ‘obras de arte’ que Manuel Freitas colecciona há dezenas de anos e que pode apreciar na sua ouriversaria, em pleno centro histórico de Viana do Castelo, até final deste mês. Uma viagem a não perder à “maior colecção de ouro popular português”.
Na Ourivesaria Freitas, em pleno centro histórico da cidade de Viana do Castelo, podem ser apreciadas cerca de 500 peças da colecção particular do proprietário do estabelecimento, de que se destacam um coração de Viana do século XIX, uma imagem da Senhora da Conceição datada do século XVIII e duas argolas do século IV antes de Cristo.
Contas, arrecadas de Viana, laças, medalhas e colares de gramalheira, brincos à rainha são apenas algumas das peças que integram a “maior colecção de ouro popular português” e que Manuel Freitas se disponibiliza para orientar visitas guiadas à exposição.A paixão pelo ouro chegou bem cedo. E Manuel Freitas já possui um valor incalculável. “Já tenho cerca de 800 peças que fui coleccionando ao longo da vida. Em vez de comprar carros e casas, compro ouro e levo uma vida simples”, confidenciou Manuel Freitas. E explicou: “É a minha paixão, mas é preciso naturalmente também muita sensibilidade. Vejo um pouco de alma em cada peça e apaixonei-me pela carga etnográfica que cada uma”, revela. Manuel Freitas estudou, procurou, investigou. “Contactei com o povo. As peças estão intimamente ligadas aos usos e costumes e levam a várias conclusões”, sublinhou o ourives.E exemplificou: “Os colares de contas são as peças mais antigas que as mulheres usavam. Logo na adolescência, as jovens colocavam o colar ao pescoço e nunca mais o tiravam. O colar tinha um nó de correr para o aconchegar ao pescoço quando ia trabalhar. A mulher usava-o até à morte e tinha um valor muito afectivo para o povo. Os brincos, também, eram sagrados”.
Manuel Freitas conseguiu, entretanto, durante uma palestra sobre arqueologia na Alemanha, umas argolas gregas muito antigas. “Já corri muitas cidades da Europa com esta exposição. Deixei de emprestar peças porque acabavam sempre por estragar alguma dessas”. E conta entristecido: “Amassaram-me um coração que descobri num ourives que estava quase a derretê-lo”.
Manuel Freitas começou já lá vão 40 anos. “O coração de Gondomar feito por sete irmãos, solteiros e trabalhadores do campo, e um barco rabelo, uma peça feita por António Martins de Castro, o melhor nesta área e que já tem 75 anos, e que vale simplesmente 36 mil euros” são duas das peças mais “valiosas”.As montras da ouriversaria transmitem história de séculos. Cada peça é única e tem por trás os usos e costumes de quem as utilizava. Por tudo isto, ninguém fica indiferente à romaria da Senhora d’Agonia. As ruas de Viana ficaram bem compostas de pessoas a assistir, no final da semana passada, à passagem das 300 mordomas, que em alguns casos carregam ao pescoço mais de três quilos de ouro em fios e medalhões antigos.O cortejo matinal, no dia seguinte, deu o mote para um ambiente festivo marcado pelo tema genérico ‘O ouro do Minho – O ouro de Viana’, reforçando ainda mais a influência já habitual do metal precioso nestas festas.E por toda a cidade, multiplicam-se as exposições douradas, como é o caso, ainda, do Museu do Traje, que aproveitou a disponibilidade de ourivesarias vianenses e do concelho da Póvoa de Lanhoso – que pretende assumir-se como capital da filigrana – para apresentar uma colecção de 157 peças, sob o título ‘O ouro a que a mulher vianense deu beleza’.


Alma e história de um povo cravadas no ouro
Foi o traje à vianense o grande responsável pelos enfeites, das filigranas, das jóias tradicionais e onde a mulher de Viana se sente como ninguém, ao fazer do seu ‘peito’ uma mostra de bom gosto e de bem trajar. Com os pesados e entrelaçados fios de ouro em volta do pescoço, a par das coloridas vestes etno-folclóricas da região, as mordomas encarregaram-se de ‘acordar’ a cidade, pronta para receber todos os anos, durante a romaria da Nossa Senhora d’Agonia “milhões de turistas vindos das mais diversas regiões do País e também da Espanha, juntamente com os inúmeros emigrantes em férias”. E este ano não foi excepção.Aqui ficam algumas das ‘peças preciosas’, umas que as mulheres ostentam nestes dias de festas, outras que coleccionadores e amantes do ouro guardam religiosamente.



As Laças: peças qu como os brincos à Rainha e as Custódias têm origem no ‘Sequilé’ francês, fundidas e com muitos acabamentos manuais, muito usadas a partir do século XIX pela nobreza e alta burguesia, com diamantes talhados em rosa, sendo nessa época totalmente, feitos à mão. Os ourives, indo de encontro ao gosot popular simplificaram as formas eliminado os diamantes e no seu lugar colocaram pequenas saliências facetadas, em ouro, imitando as pedras. Inicialmente eram usadas como dedalhas, ultimamente usam-se também como alfinetes.




Peça de Filigrana: Esta peça totalmente feita à mão com finíssimos fios de ouro. A nossa filigrana tem a sua origem nos contactos com os Fenícios, tendo os artífices portugueses, levado esta técnica a uma perfeição e requinte jamais conseguidos em qualquer cultura, ou em qualquer parte do mundo. Se observarmos com atenção uma peça de filigrana, custa a crer, ser possível o seu fabrico por processos à primeira vista tão rudimentares. Foi preciso chegar a um primorelevadíssimo de técnica, transmitida de geração em geração para que fios tão finos como cabelos, estejam todos soldados uns aos outros, sem que se tivessem fundido ou deformado nessa operação.



Medalhas e colares de Gramalheira: Gramalheiras, eram as grossas correntes que suspendiam as panelas nos borralhos das casas antigas, ou as correntes que tolhiam o movimento aos prisioneiros. São grossas correntes em ouro, feitas com grandes elos uniformes, ou de secção ovalada tecido com finíssimo fio de ouro, parecendo uma cobra, (daí a sedignação de ‘bicha’, em certas zonas do país). As medalhas de gramalheiras são proporcionaisao fio e feitas com uma base em fina chapa, com aplicações florais e pequenas turquesas e pérolas de imitação.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Um Pouco de Céu

Um Pouco de Céu

Só hoje senti
Que o rumo a seguir
Levava pra longe
Senti que este chão
Já não tinha espaço
Pra tudo o que foge
Não sei o motivo pra ir
Só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir
Mas quero procurar

E hoje deixei
De tentar erguer
Os planos de sempre
Aqueles que são
Pra outro amanhã
Que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu

Só hoje esperei
Já sem desespero
Que a noite caisse
Nenhuma palavra
Foi hoje diferente
Do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer
Bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer
Qualquer outro fim

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu


"Um pouco de céu" - Mafalda Veiga (Tatuagem-1999)

Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

"Quase" - Mário de Sá Carneiro